Palmeiras Meu Amor

O último jogo do Santos em que Luiz Flávio atuou foi a vitória por 3 a 1 da equipe alvinegra sobre o São Paulo, pela semifinal da Copa do Brasil, em 28 de outubro deste ano. O juiz, contudo, não vê o Palmeiras faz tempo. A última vez em que ele atuou em uma partida do clube palestrino foi na derrota por 2 a 1 dos alviverdes para o São Paulo, em 17 de agosto do ano passado, pelo Brasileirão - na ocasião, ele atuou como árbitro auxiliar, e não principal.

Ao todo, Luiz Flávio de Oliveira já apitou cinco clássicos entre santistas e palmeirenses na carreira, com três vitórias palestrinas, um empate e um triunfo praiano

Por alguns segundos, Amaral viveu o momento de herói do título paulista que seria do Palmeiras. Aos 43 minutos do segundo tempo, o placar mostrava 2 a 1 para o Santos, na Vila Belmiro, quando Cleiton Xavier cobrou falta da intermediária... O goleiro Vladimir espalmou e, no rebote, o volante completou para a rede e marcou aquele que poderia ter sido um gol histórico se não fosse a decisão do auxiliar, que viu Amaral em impedimento e anulou a jogada.

Quase oito meses depois, o palmeirense ainda não apagou o lance da memória. Nem os torcedores nem o próprio Amaral, que ainda busca o seu primeiro gol com a camisa alviverde – ele marcou contra o Fluminense, na primeira semifinal da Copa do Brasil, mas o lance também foi invalidado pelo árbitro.

– Naquela final, eu tive a felicidade de fazer o gol, mas depois vi que o auxiliar tinha levantado a bandeira. Poderia ter dado o título do Paulista ao Palmeiras. Mas ele (auxiliar) estava certo. Já no jogo contra o Fluminense, disseram que eu não estava impedido. Espero que nesses jogos eu possa desencantar e fazer o meu primeiro gol com a camisa do Palmeiras. Só "no quase" não dá certo (risos). E esperar também que o bandeirinha esteja certo (risos) – afirmou o volante. Amaral chegou ao Palmeiras em janeiro com o peso de ser o primeiro nome da grande reformulação promovida pelo clube para a atual temporada. Depois de começar a temporada como titular, um período no departamento médico e as boas fases de Arouca e Gabriel o deixaram como opção no banco.

Não é à toa que jogadores como Ademir da Guia, Evair e Edmundo se tornaram ídolos da torcida do Palmeiras e do clube como um todo. Se dentro de campo em suas respectivas épocas os atletas demonstravam todo o orgulho de vestir o manto palestrino, hoje seguem incentivando os atuais jogadores e a torcida por meio de palavras.

Em um vídeo produzido pela TV Palmeiras especialmente para a final da Copa do Brasil, contra o Santos, o Divino, o Matador e o Animal se juntaram para expressar todo o sentimento alviverde para esta decisão.

“Jogamos, cantamos e vibramos a Copa inteira
A cada passo, mais unidos a gente ficava
Mostramos a força da nossa camisa
A garra da nossa alma
O peso da nossa história
E agora chegou a hora…
Juntos fazemos o Palmeiras mais forte!
Aqui cada palmeirense conta, cada canto da torcida conta
Cada incentivo, aplauso, esforço e suor faz toda a diferença
Vamos dar a vida pelo nosso time, e o nosso time vai dar a vida por vocês
Este será o nosso espírito
Até o gol sair
Até o apito final
Até a vitória!
AVANTI, PALESTRA!”

Veja o vídeo abaixo, torcedor palmeirense, e tente não se emocionar.

Estava (quase) tudo certo. O Palmeiras já tinha Lucas Lima treinando e até dormindo no CT de Guarulhos, em 2011. O meia, aos 20 anos, havia encantado o técnico do time B, Luis dos Reis, ao se destacar pela Inter de Limeira na Série A-3 do Campeonato Paulista. Com aval do clube interiorano, bastava assinar contrato.

– Não foi nem avaliação, ele tinha ido para treinar mesmo. Mas acabou não ficando. Ficou uns dias e foi embora – lembra Reis, atualmente no comando do Rio Claro.

– Foi uma pena, queria muito que ele jogasse com a gente. Era um menino quieto, mas trabalhador. Já era diferente, com ótima enfiada de bola. Um jogador moderno, que ajudava na marcação. É claro que ele cresceu muito na mão dos treinadores, mas já víamos nele o que vemos hoje em dia – acrescenta. Lucas Lima regressou a Limeira depois de receber do Palmeiras uma oferta de R$ 5 mil mensais com vínculo de três temporadas. Foi aconselhado a esperar oportunidades na primeira divisão em vez de topar o negócio que, segundo Edson Khodor, empresário que cuidava de sua carreira, foi tocado diretamente entre as duas diretorias, sem seu conhecimento ou de seu sócio. Um diretor do Palmeiras ligou para o meu sócio para perguntar se o jogador ficaria. Mas não estávamos nem sabendo que ele estava lá. Foi uma coisa combinada entre o presidente da Inter de Limeira e a diretoria de base do Palmeiras, juntamente com um investidor, uma empresa que desconhecemos – conta o agente, que diz ainda possuir direito de representação do jogador, apesar de eles terem se distanciado recentemente.

De volta após alguns dias, Lucas Lima deixou de vez o clube limeirense no ano seguinte, transferindo-se para o Internacional, de Porto Alegre. Ironicamente, o começo foi nas equipes de base. Pouco aproveitado no primeiro elenco, o meia foi emprestado ao Sport em 2013. Em dezembro, foi negociado com o Santos, onde ganhou projeção definitivamente, conquistou um título paulista (justamente diante do Palmeiras) até o momento e chegou à Seleção.

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Nesta quarta-feira, dia da primeira final da Copa do Brasil, ele atuará pelo time da casa na Vila Belmiro, a partir de 22 horas (de Brasília). Poderia estar com a camisa alviverde. Não por 2011, mas porque, dias antes do acerto com o Santos, o Palmeiras ofereceu salário fixo de cerca de R$ 60 mil mais ganhos por produtividade para tê-lo no grupo principal, que havia acabado de vencer a Série B. No fim, porém, o reforço para o meio de campo foi Bruno César.

Nada de antecipar a escalação do Palmeiras para a partida desta quarta-feira, contra o Santos, às 22 horas, pelo jogo de ida da final da Copa do Brasil. Em entrevista coletiva na Academia de Futebol, o técnico Marcelo Oliveira fez mistério quando questionado sobre a formação do Verdão na Vila Belmiro.

A principal dúvida é sobre a recuperação física de Arouca. Na última segunda-feira, o volante se colocou à disposição da comissão técnica e disse estar totalmente recuperado de um problema físico que o afastava dos gramados desde o início de outubro. Mas, nesta terça, o comandante desconversou.

– Depois desse jogo contra o Cruzeiro ele (Arouca) teve esse período de recuperação, treinou pouco. Vamos trabalhar para ver se ele consegue jogar uma parte do jogo, se possível. Se jogar o jogo todo é melhor porque ganharíamos em saída de bola, na parte técnica. É um jogador que participa na marcação – afirmou Marcelo Oliveira. lém de Arouca, o Palmeiras conta com mais três opções para o meio de campo: Amaral, Matheus Sales e Andrei Girotto. Além do trio, Robinho e Zé Roberto também podem atuar improvisados e mais recuados.

– Tudo pode ser. Podem ser dois, pode ser Amaral, pode ser Arouca, que está voltando. Vamos observar as respostas dos jogadores em relação ao treinamento, e também a estratégia em relação ao adversário. Mas sempre utilizando o melhor para que o Palmeiras possa construir sua vitória – completou o treinador.

Marcelo Oliveira dominou o futebol brasileiro nas últimas duas temporadas com o bicampeonato nacional com o Cruzeiro. Mas ainda falta no currículo do treinador uma conquista na Copa do Brasil. Nesta quarta-feira, ele começa a decidir a competição mata-mata pela quarta vez na carreira, à frente do Palmeiras, contra o Santos.

Quando ainda dirigia o Coritiba, Marcelo Oliveira bateu na trave duas vezes: em 2011 perdeu para o Vasco de Fernando Prass e em 2012 perdeu para o Palmeiras de Luiz Felipe Scolari. No ano passado, o Cruzeiro acabou derrotado pelo Atlético-MG. 

Satisfeito com a campanha alviverde na competição, Marcelo Oliveira elogiou o trabalho dos palmeirenses nesta temporada e falou sobre o seu desejo pessoal.

– Embora discuta-se a condição técnica das duas equipes neste momento, nós chegamos não por um sorteio ou loteria. Foi construída por muito trabalho e sacrifício. Passamos por Cruzeiro, Internacional, Fluminense quando alguém não acreditava. É pelo trabalho que vamos tentar ganhar. Para mim, seria importante. Em cinco edições, são quatro finais. Está na hora de tentar ganhar – disse.

– Precisamos pensar nesse título de maneira diferente. A necessidade não é minha ou momentânea do Palmeiras. A necessidade é de um clube grande, de tradição de conquista, uma instituição grandiosa, uma torcida numerosa que tem nos prestigiado muito – comentou.

Uma das finais, a de 2014, também foi contra um rival. À frente do Cruzeiro, ele foi derrotado pelo Atlético-MG. Há diferenças, na opinião de Marcelo Oliveira. Mesmo assim, o treinador guarda experiência para tentar desfecho diferente diante do Santos.  Foi um pouco diferente porque estávamos construindo uma liderança no Brasileiro de sete meses e não poderíamos deixar escapar. O Atlético teve condição de descansar o time nos dois jogos e isso fez uma certa diferença. Precisa de equilíbrio emocional para jogar com um rival. Com certeza vou falar sobre isso, dividir todas as bolas, não deixar o adversário jogar, dentro das regras do jogo. Essa rivalidade precisa ficar fora a partir do momento que o jogo começa – afirmou.

Embora reconheça a necessidade de vencer, depois de tantas finais, o comandante palmeirense mostrou incômodo com a maneira como pode ser visto em caso de novo insucesso.

– Um técnico três vezes vice-campeão, na Europa, é premiado. Aqui pode ser um fracasso. Não devo pensar nisso. Vou pensar que é muito positivo chegar em uma competição que tem 80 equipes, com as principais equipes brasileiras, e utilizar a experiência – falou.